O cuidar dos pais em relação aos seus filhos: da negligência total à superprotecção absoluta

Artigo apresentado à revista Flôr de Lótus em Outubro de 2008



De facto, não é fácil ser-se mãe ou ser-se pai. Os filhos nascem e, sobretudo, quando se trata do primogénito é tudo uma nova experiência. É uma aprendizagem que evolui ao longo dos anos e ao longo do desenvolvimento do filho. Pois, estes, quando nascem, não trazem livro de instruções, nem há um conjunto de regras únicas prontas a aplicar e as quais se possam generalizar. As pessoas são diferentes umas das outras e as situações também.

Geralmente, diz-se que no meio é que está a virtude; mas, como toda a gente deve saber, é difícil não pender para um dos dois extremos. É exactamente isto que costuma acontecer na educação dos nossos filhos. Desde as crianças que andam sujas e rotas, que andam por aí e que aprendem exclusivamente à sua custa; temos, no oposto, aquelas crianças e aqueles jovens que nem um passo podem dar, sem que os pais estejam logo “em cima”.

É deste oposto de que vamos aqui falar. Pois, na sociedade dos nossos dias, com o aumentar da criminalidade, com a divulgação da pedofilia e com o crescente número de perigos que anda por aí, não é de admirar que os pais tenham medo e que queiram proteger os seus queridos filhos acima de tudo.

Porém, é de não esquecer que não podemos proteger os nossos filhos para sempre, nem em todas as alturas. Já imaginou o que é que poderá acontecer a uma criança que esteja sempre a ser controlada, a que lhe estejam sempre a dizer o que deve fazer e como fazê-lo e que, ainda por cima, nunca pode fazer o que quer que seja por sua vontade e iniciativa porque lhe incumbem a sensação de que não pode fazer nada porque não sabe ou porque não é capaz? Imagine essa mesma criança quando tiver que se confrontar com uma situação em que ninguém a pode proteger, quando estiver numa situação em que tenha que tomar decisões ou, então, numa situação em que deveria ser capaz de ser “esperta” e de ter “jogo de cintura”!

Como nunca ninguém a deixou experimentar, como nunca ninguém acreditou que ela fosse capaz; ela não teve a oportunidade para aprender e para se aperfeiçoar.

Prender o seu filho numa “redoma de vidro” para evitar que lhe aconteça algo de mal, só o vai incapacitar e torná-lo ainda mais frágil e vulnerável. Mas, também, não o negligencie e não o deixe também aí “à solta” completamente. Antes de mais, ensine-o, capacite-o, mostre-lhe a realidade tal como ela é, não lhe esconda a verdade e, sobretudo, ensine-o a defender-se e a lidar com as situações adversas.
 

Dra. Mónica de Sousa
Psicóloga Clínica

 

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